Era o que faltava. Era o último golpe necessário pra eu cair e não querer mais levantar. Eu tenho forças, ainda me resta um pouco de vontade de querer levantar e enfrentar, sozinha, o mundo mais uma vez, mas eu sei que vai acontecer de novo e quando eu estiver totalmente em pé as coisas ruins vão chegar aos poucos e me transformar em pedaços. Não, eu não quero passar por isso de novo. Mais uma vez eu continuo sem saber o que fazer e dessa vez eu não me importo. Vou esperar pelo próximo golpe, estando no chão não tem como ir mais fundo. Vou esperar até que os meus pedaços desapareçam, até que não sobre nada de mim e o tempo apague todas as lembranças. Sem mais expectativas, sem mais decepções.
É mais forte que eu. Eu não sei se sou capaz de continuar negando. Eu quero correr ao seu encontro e te dizer tudo o que estou guardando a meses.
Um número de telefone, um endereço de e-mail... esses são os seus únicos contatos que eu consegui durante a minha investigação super secreta e agora eu não sei o que fazer com eles. Eu preciso colocar isso para fora, só que dizer para alguém não parece ser o suficiente. É você, só você pode me dizer a tamanha maluquice que é isso tudo. Não vou me importar se fugir. Você não tem cara de quem foge de problemas. Eu sou um problema. O que eu sinto é um problema. E por mais que eu queira que você saiba de tudo o que eu sinto, eu não tenho nenhuma coragem de dizer. Eu sou covarde, eu me faço covarde sem mesmo querer ser. Queria ter o mesmo impulso de quando me entrego de cabeça ao que eu sinto quando estiver na sua frente e te dizer tudo que venho ensaiando desde que você virou a razão de todas as minhas palavras, versos, sorrisos, de toda a minha loucura. Você não deve imaginar. Poderia apostar uma grana que não deve passar na sua cabeça nada em relação a mim. É loucura, eu sei que é loucura. Quem vai saber explicar se isso é real? E se eu me arriscar a dizer para você todo o efeito que você causa em mim? Será que me falaria que não há razões para isso acontecer? Somos de ambientes tão distantes e mesmo assim eu fui capaz de me deixar envolver. Seu sorriso, seu olhar, suas tatuagens, tudo em você que passou pelo meu olhar permanece e por mais que eu tente fugir dessas imagens elas continuam gravadas como se estivessem coladas na minha alma. Sua voz se faz prisioneira na minha mente, eu esculto as mesmas palavras vindo da boca de outras pessoas, mas o som que esculto é o da sua voz. Eu quero esquecer, quer dizer, eu não sei ao certo disso, mas provavelmente essa é a única solução.Vai ser o melhor é o que diz o meu racional ou será que é o meu emocional levantando bandeira branca por já está cansado de tanta confusão? A verdade é que eu não sei o que sentir. Você sumiu e não deu nenhuma explicação. Você não tinha que dar nenhuma explicação, mas quem disse que eu consigo entender? Eu não consigo acreditar no acaso. Droga, eu sempre aprendi que tudo tem um propósito e que ninguém surge do nada na vida de alguém. Quanto mais eu tento apagar isso da minha cabeça mais isso parece ser impossível. Provavelmente você riria de mim agora. Talvez não entendesse nada. Quem é essa louca? Eu me torno confusa. Eu tenho que complicar tudo. Por que eu não posso sentir isso que eu sinto quando me aproximo de você pelo carinha que sempre se mostrou a fim de mim? Seria mais fácil, não? Não poder corresponder os outros pode se tornar um vício dramático! E eu posso te garantir que não é nada como aqueles dramas fofos que de vez em quando encenamos só pra fazer um charminho. Esse machuca, fere, tortura. Doí na gente só de assistir. Eu me pergunto e se essa história for como a "Quadrilha" de Drummond? Quem serei eu nessa vida? Será que tem como mudar o final e fazer quem estava na história se enteder? O J. Pinto Fernandes de hoje teria que ficar de fora, mas o que seria dele? Mudar os rumos de uma história já escrita é muito complicado. Talvez o mais fácil não seja o mais aconselhável.Ah, que seja! Acho que me perdi. Acho que me confundi mais uma vez. Eu comecei a escrever pra tentar entender o que passa dentro de mim e olha só... Tudo continua confuso. Talvez primeiro eu tenha que aprender a lidar com isto de colocar mil assuntos em um só. Talvez eu tenha que aprender a ter calma. Talvez eu tenha que falar com você. Talvez tudo seja menos complicado do que eu torno. Talvez o "talvez" seja só uma desculpa para eu não ir em frente. |
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Maio 2017
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